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Cheias, pandemia da Covid-19, dengue e crise migratória: relatos de pastores e missionários em meio às dificuldades no Acre

Por Lucas Meloni

23/02/2021, às 09h00 | Conteúdo atualizado em 20/05/2021, às 17h06

Moradores de diferentes cidades espalhadas pelo Acre enfrentam há dias as cheias de rios que cortam o estado. Em Sena Madureira, cidade que fica a 140 quilômetros da capital, Rio Branco, quase todas as ruas foram cobertas pela água. Casas e igrejas foram invadidas pelas cheias. Pastores e missionários ouvidos pela Rádio Trans Mundial compartilham relatos e impressões do que vivenciaram diante do cenário complicado pelo qual a população acreana passa.

 

Cheias

Rair Matos é pastor da Primeira Igreja Batista Regular de Sena Madureira. Ele fala sobre a situação da cidade. “Quase todas as cidades do nosso Estado têm um rio cortando ou próximo. É muito comum nesta época de chuva eles transbordarem, o que causa transtorno às cidades. Há municípios que estão com 80% de sua área submersa. Em Sena Madureira passa o Rio Iaco. Em uma semana, nós vimos as águas subirem de uma forma rápida demais. Começamos, no dia 15, a ajudar algumas famílias atingidas pelas cheias de alguns igarapés. As partes mais atingidas da nossa cidade foram o Centro, que está coberto de água. Temos apenas uma rua que ainda dá acesso à região central, mas que está sendo tomada pelas águas, e o bairro Vitória, que está completamente debaixo d´água”, afirmou à RTM.

 

Águas invadiram o templo da Primeira Igreja Batista Regular de Sena Madureira / foto: Rair Matos

 

Igrejas fazendo a diferença

Matos ressalta que muitas igrejas têm se mostrado presente e auxiliado a população atingida. “As igrejas, neste momento, se mostram presentes. Nós vemos muitas igrejas ajudando com cestas básicas, doações de roupas, doações de água, colchões e de lanches nos abrigos porque nos abrigos são oferecidos apenas café, almoço e janta. Lá, a mesma comida que vai para o adulto, vai também para a criança. Há, por parte dos irmãos das igrejas, uma preocupação especial com a alimentação das crianças. Algumas igrejas também estão servindo de abrigo para famílias que tiveram que deixar suas casas”, acrescentou.

 

Junção de problemas

As cheias não são uma novidade no Acre. O problema deste ano, porém, é que elas não vieram sozinhas. A pandemia da Covid-19, o avanço rápido de casos de dengue pelo estado e uma grave crise migratória, registrada na região de Assis Brasil, fronteira brasileira com o Peru, ajudam a dar um tom grave ao momento. 

 

“Às vezes, nem chove na cidade, mas chove nas cabeceiras dos rios e as cheias chegam às cidades. Então, nós temos casos de pessoas que perderam todos os móveis, de a água alcançar dois ou três metros dentro das casas. Não bastasse isso, temos uma grave crise da pandemia da Covid-19 e um intenso conflito em Assis Brasil, região de fronteira com o Peru. Com a pandemia, muitos querem voltar para seus países de origem e outros querem ir para os Estados Unidos. Inclusive, a gente descobriu que há um serviço de coiotes (pessoas que facilitam a entrada de imigrantes ilegais em países) começando a partir daqui”, disse o pastor Marcos Lopes, da Igreja Batista Memorial, em Rio Branco.

 

Imigrantes e a Covid-19

Com a fronteira fechada e a aglomeração, predomina o risco de proliferação do novo coronavírus. “A polícia peruana fechou a fronteira, o que gerou reações. Vi cenas em que algumas pessoas jogavam pedras nos policiais. Tem gente que já pegou Covid nessa fila da fronteira. Veja só o potencial disso se alastrar”, acrescentou Lopes.

 

Impacto no trabalho missionário

Para Lucas Moraes, um dos líderes da base Rio Branco da missão Jovens com uma Missão (Jocum), ressalta que, mais do que nunca, neste cenário de crise, as pessoas precisam do apoio da Igreja. “Exatamente neste momento é que o povo pede socorro e precisa da atuação da igreja local. A missão Jocum Rio Branco possui diversos projetos sociais e casas de acolhimento e comunidade terapêutica para a restauração de pessoas, de seus traumas, de suas dificuldades e vícios. Agora, mais do que nunca, estamos sendo direcionados para uma atuação ainda mais intensa no interior do estado. A Igreja precisa se posicionar e o povo clama pela manifestação dos filhos de Deus”, observou.

 

Pedidos de oração

Ore para que o nível dos rios baixe;

Ore pelas famílias atingidas pelas cheias;

Ore pelos profissionais de saúde que estão na linha de frente contra a Covid-19;

Ore para que haja uma redução drástica nos casos de Covid-19 e dengue;

Ore para que haja uma solução para a crise migratória em Assis Brasil;

Ore pela vida dos missionários e pastores em campo;

Ore para que a Igreja de Cristo faça a diferença em todo o estado do Acre.

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