Ao utilizar este site, você concorda com nossa política de privacidade.

Notícias RTM

Pesquisa mapeia perfil de pastores e líderes da Igreja brasileira e aponta desafios em tempos de pandemia

Por Lucas Meloni

19/03/2021, às 10h43 | Conteúdo atualizado em 19/03/2021, às 11h10

Pesquisa realizada pela Envisionar, uma consultoria para formação de lideranças, em novembro do ano passado, ouviu 306 pessoas, entre pastores e líderes, para definir o perfil da liderança da Igreja no Brasil e identificar os desafios e motivos de preocupação em tempos como os atuais. 

 

A pesquisa Pastores e Líderes, que é dividida em cinco blocos (dois deles já divulgados), tem como objetivo trazer informações referentes ao contexto brasileiro e ajudar na elaboração de iniciativas e ferramentas de apoio às lideranças. Ao todo, representantes de 45 denominações participaram do levantamento.

 

Em entrevista à Rádio Trans Mundial, Josué Campanhã, diretor da Envisionar, explicou que a iniciativa é um importante instrumento para atualizar a realidade da Igreja brasileira. “A gente precisava se atualizar sobre o momento em que o pastor ou líder estava vivendo com relação a desafios, dores, entre outras coisas, então a gente tomou a iniciativa de fazer essa pesquisa”, afirmou.

 

Pastores e líderes estressados

O levantamento mostra que 7% dos entrevistados se consideram muito estressados, 41% dizem estar estressados, 44% pouco estressados e apenas 8% responderam não ter estresse. A campanha faz uma ressalva. Apesar de o estresse vir de diferentes áreas da vida do ministro, a parte ministerial é responsável por grande parte desta carga. “Isso acontece por uma junção de coisas. A pandemia não mexeu só com uma área da vida, mas com todas. No caso do pastor, especificamente, ele acabou vivendo tudo o que os outros profissionais viveram e estão vivendo, como o home office, por exemplo. Há, ainda, a questão do sustento porque houve uma diminuição na arrecadação das igrejas de, pelo menos, 30%, em média e, claro, a questão ministerial. O funcionamento da igreja precisou ser alterado e as demandas que vieram sobre os pastores e líderes foram muito grandes. Com o passar do tempo, a pandemia chegou mais perto da igreja também”, comentou.

 

 

Os dados da pesquisa mostram que os que se consideram mais estressados (17%) relatam estresse psicológico. O segundo lugar dentre os que têm estresse alto aponta preocupações com o ministério / trabalho (16,3%). A maior porcentagem dos que têm estresse médio também fica na área ministerial / trabalhista (47,4%).

O estresse também tem relação com o tamanho da igreja na qual a liderança está inserida. Os efeitos da pandemia acabaram por colocar novas responsabilidades sobre esses gestores, ampliando os indicadores de pessoas que relatam mais estresse (49% dos entrevistados se dizem estressados quando o assunto é pandemia).

 

 

Tecnologia

A segunda parte da pesquisa é focada no uso da tecnologia por parte das igrejas. O ano de 2020 mostrou que o campo virtual é uma grande área a ser explorada e muitas igrejas passaram a usar as ferramentas digitais, mas isso não significa que líderes e pastores têm sabido como fazer isso de forma eficaz.

 

No geral, esse bloco da pesquisa mostra que 47% dos entrevistados disseram que sua igreja está adaptada / familiarizada com o uso de tecnologias. O segundo maior indicador, contudo, aponta na direção contrária. Cerca de 42% responderam que a comunidade local de fé está pouco adaptada ou familiarizada. Apenas 9% disseram estar bem familiarizados com o uso de ferramentas tecnológicas. 

 

 

O universo de 9% que domina bem o uso da tecnologia representa 8% das igrejas com mais de mil membros e que contam com departamentos de comunicação e uma estrutura, pelo menos, mínima, que já possibilitava realizar transmissões antes mesmo da pandemia.

 

Já dentre os 42% com pouca familiaridade, observa-se que eles representam o montante de igrejas pequenas (com 100 membros ou menos). Nesses locais, a comunicação era fora de plataformas digitais e tudo orgânico. Este perfil de igreja tem sido o que mais sofre para se adaptar à comunicação digital em tempos de pandemia.

 

Cultos online

Para 65% dos entrevistados, os cultos online deverão continuar mesmo pós-pandemia. A pesquisa traz à tona uma pergunta para reflexão a ser respondida com o tempo pela liderança: a igreja passará a produzir um culto específico para esses ‘membros virtuais’ ou se limitará a transmitir o culto presencial. Onze por cento dos que responderam afirmaram que não continuarão com os cultos online. Cerca de 20% disseram estar avaliando e 4% não pensaram sobre o tema ainda.

 

Abertura das pessoas em relação às soluções online

No geral, 68% das pessoas entrevistadas disseram estar abertas ou muito abertas para soluções online no âmbito da igreja. O levantamento aponta para um espaço cada vez maior sendo ocupado pela tecnologia dentro da realidade de culto. Isso não quer dizer que as igrejas vão migrar as suas celebrações totalmente para o meio digital, mas buscam construir ações que formato híbrido (presencial + digital).

 

Acesso à pesquisa

As pessoas que querem ter acesso aos dois blocos da Pesquisa Pastores e Líderes já divulgados e aos que vão ser publicados nas próximas semanas podem enviar uma solicitação para contato@envisionar.com ou participarem de grupos do WhatsApp coordenados pela Envisionar pelos links https://chat.whatsapp.com/HNHKO7pJuvUH5SoCohTkCN / https://chat.whatsapp.com/FgxZbmZ5poO2KAtpOMeKXG.

 

Perfil da liderança 

68% são pastores sêniores e 32% são líderes na igreja;

 

73% lideram igrejas de até 250 membros;

 

32,1% têm entre 4 1 e 5 0 a n o s (maior porcentagem); na sequência vem o grupo dos que têm entre 31 e 40 anos (26,8%);

 

 

73% lideram igrejas de até 250 membros, 19% lideram igrejas entre 250 e 1.000 membros e 8% lideram igrejas acima de 1.000 membros.

 

Ouça a edição do 'Missão Notícia' sobre a pesquisa.

Compartilhe