Mensageira da Verdade!

Todos os dias, o noticiário no horário do jantar é o programa principal na TV da casa da minha mãe. Meu pai não abre de mão de ver as notícias do Brasil e do mundo. Foi com ele que aprendi desde pequena a gostar de informação e a assistir a telejornal, e desta forma acabei me apaixonando por reportagens. Acho o trabalho do repórter incrível! Afinal de contas, sempre amei ouvir histórias e, quando menina, gostava de contar histórias para a minha irmã antes de dormir. A imaginação ia longe, ela amava e sempre pedia: “mais uma”! Com a maternidade voltei a exercer essa atividade que durante anos ficou adormecida. Mas nos últimos tempos não tenho criado tantas aventuras para os meus meninos como antes.

 

Os personagens que eu inventava nos contos de infância estavam presentes de alguma forma nas matérias a que assistia na telinha. Os heróis anônimos das minhas histórias eram inspirados nos trabalhadores que diariamente apareciam em entrevistas que contavam sobre a luta diária pela sobrevivência da própria família com baixos salários, péssimas condições de trabalho e superlotação no transporte público - realidade muito parecida com os dias atuais. Havia também os vilões representados por aquelas figuras que exploram os mais pobres e buscam poder e lucro acima de tudo e todos. Mais do que contar histórias, aprendi ao longo do tempo, principalmente na adolescência quando decidi me tornar jornalista, que o jornalismo tem um papel fundamental à sociedade.

 

De acordo com o código de ética dos jornalistas, o compromisso principal da profissão é com a verdade dos fatos e que ela não deve se pautar por interesses individuais. Portanto, a função do jornalista é levar à população informação apurada de interesse público. O código ainda estabelece direitos e deveres da categoria profissional, entre os quais lutar pela liberdade de pensamento e expressão; opor-se ao autoritarismo e à opressão e defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Além disso, é papel do jornalista combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando exercida com o objetivo de controlar a informação.

 

No entanto, mesmo na era do conhecimento que vivemos com a democratização do acesso à informação por meio da internet, a sociedade atual vive a praga da proliferação das fake news, ou seja, das notícias falsas. Os conteúdos mentirosos normalmente são produzidos por fontes desconhecidas e compartilhados nas redes sociais por pessoas que não verificam as fontes e a veracidade das informações. Isso tem impactado a vida de milhões de pessoas em países onde o trabalho da imprensa tem sido desqualificado e desacreditado. Mas não podemos esquecer que é por meio do jornalismo profissional que abusos e crimes contra cidadãos são denunciados.

 

Quando ingressei na faculdade, em 2005, tinha uma visão utópica da profissão. Sonhava que o jornalista era um profissional revolucionário que poderia mudar o mundo noticiando informações que denunciavam os problemas sociais, políticos e econômicos a que assistia, quando criança, na TV de tubo, na sala com o meu pai. Hoje, como jornalista e produtora-executiva da Rádio Trans Mundial, sei que a única informação que pode trazer transformação real para a humanidade é a mensagem da redenção de Cristo Jesus! E para cumprir a missão de mensageira da única verdade que pode trazer restauração e esperança em tempos tão difíceis e incertos, é preciso viver pela fé e na completa dependência daquele que nos amou primeiro!

 

Por: Michelle Gomes, jornalista e produtora-executiva de Produção e Conteúdo da RTM.