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Cultura do cancelamento: os cuidados para as igrejas dos tempos atuais

Por Lucas Meloni

15/02/2021, às 15h44 | Conteúdo atualizado em 15/02/2021, às 15h48

 

Apesar de não ser algo novo, a cultura do cancelamento é um assunto sempre em alta, sobretudo no universo das redes sociais. Em um tempo tão digital como o atual, as pessoas expressam opiniões com mais facilidade e sem meias palavras. Vale ressaltar que o campo entre a opinião e o cancelamento é, em certos casos, dividido por uma linha muito tênue. 

 

Levantamento da agência Mutato, um dos mais recentes sobre o tema no país, aponta que 79% dos termos pesquisados mostram que as pessoas são contra a prática de “anular” alguém publicamente, 10% não concordam com o cancelamento, mas concordam que é possível “abrir uma brecha” dependendo da situação, enquanto 11% são contrários totalmente e acham que não deve haver exceção. 

 

Cacau Marques, pastor da Igreja Batista Vida Nova, de Nova Odessa (SP), acompanha há tempos o fenômeno do cancelamento de pessoas. Em entrevista ao “Missão Notícia”, da Rádio Trans Mundial, ele ressaltou que isso parte do ponto central da superexposição. “Estamos o tempo todo exposto ao julgamento e à moralidade da massa coletiva, dos olhos que nos avaliam o tempo todo. Da mesma forma que somos observados, somos observadores. Da mesma forma que estamos sujeitos a um julgamento, nós estamos exercendo este julgamento também”, analisou.

 

Marques destaca que um dos grandes riscos para a igreja nos tempos de cultura do cancelamento é não saber lidar com algumas questões sem o perdão como resposta. “Acho que um dos riscos é em termos de lidar com uma condição de julgamento sem a possibilidade de perdão. O segundo ponto é confiarmos muito em uma justiça própria, ao disparar contra os outros e cancelá-los na internet”, acrescentou.

 

O pastor lembra que os ensinos de Jesus, que deveriam ser a base da Igreja, mostram que as atitudes humanas deveriam ir na contramão do que a cultura do cancelamento prega. Marques comenta que Jesus evitou alguns “cancelamentos”. “Um dos exemplos é o da mulher adúltera. Ela seria sumariamente cancelada. Seria morta por aquelas pedras. Obviamente, aqueles homens que trouxeram a mulher estavam desafiando a fidelidade de Jesus à lei de Moisés. Mas Jesus mostra ali que nenhum daqueles homens conseguiriam cumprir à risca aquela lei. Por isso, não poderiam julgar”, destacou.

 

 

Ouça mais detalhes na edição do “Missão Notícia” que trata sobre o tema.

 

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